quinta-feira, 16 de junho de 2011

Desperdiçar capital político

Parece que o PSD anda em negociações para conseguir que Fernando Nobre seja eleito presidente da AR, formalmente a segunda figura de Estado. A propósito, não me recordo de nenhuma decisão importante de nenhum presidente da AR. Mas aquele médico conseguiu produzir um notável número de anti-corpos, problema que não consta que esteja em vias de curar, ou sequer de tentar.

No momento da gravidade da situação em que estamos, em que o PSD vai precisar do apoio parlamentar do PS em inúmeras e dificílimas reformas, parece o cúmulo da imprudência gastar um cêntimo que seja de capital político em fazer valer essa eventual promessa que o PSD possa ter feito ao então candidato.

O PSD pode dizer a Nobre que não ganhou a maioria absoluta e que não está nas suas mãos eleger sozinho o presidente da AR. A incapacidade de o PSD cumprir a sua promessa deve-se única e exclusivamente aos problemas criados pelo próprio Nobre, pelo que este não tem legitimidade de acusar o PSD de não cumprir a sua parte.

Acresce ainda, quer para Nobre, quer para o PSD, que é mais do que provável que ele fosse um mau presidente da AR, ignorando as normas regimentais e rapidamente ridicularizado pelos deputados mais experientes. Quer Nobre, quer o PSD deverão certamente querer evitar um tal cenário e o mais sensato será escolher outro candidato, que recolha o respeito da generalidade das bancadas.

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