terça-feira, 8 de abril de 2008

Portugal é um oásis

No Financial Times de hoje há um suplemento dedicado a Portugal:

http://media.ft.com/cms/343dd9dc-04ae-11dd-a2f0-000077b07658.pdf

Martin Wolf, um dos melhores analistas deste jornal, publica aí um artigo, que trata do problema da divergência do país com a UE. Estranhamente, o artigo contém um erro, inconsistente com o resto do texto.

“The combination of low economic growth with a huge current account deficit and declining rates of investment suggests a chronic lack of external competitiveness – that is, an overvalued real exchange rate.”

Totalmente de acordo, é a tecla em que venho insistindo.

“Moreover, there is little sign of any substantial loss of competitiveness. According to the OECD, Portugal’s relative unit labour costs, in dollars, were much the same in 2007 as in 1998, just before the euro was launched.”

Isto é um erro, que decorre da arbitrariedade da escolha do ponto de referência. A referência deve ser um ponto de equilíbrio (interno e externo de preferência) e não uma data à escolha. E o problema é que a perda de competitividade vem de trás. E a contradição é evidente com a citação anterior.

Também neste suplemento, Teixeira dos Santos é entrevistado:

“The government forecast for this year has been revised upwards to 2.2 per cent, with growth poised to rise above the EU average for the first time since 2001. Mr Teixeira de Santos says this relative buoyancy rests largely on the vitality of Portugal’s private sector.”

O ministro parece que redescobriu a teoria do oásis. Enquanto a generalidade das economias vão ter um 2008 pior que 2007, Portugal surge como dos poucos em que o inverso se vai passar. Cheira-me que o ministro vai ter que engolir estas palavras e ter que rever em baixa as suas previsões, como quase todos estão a fazer. E como o seu antecessor longínquo que falou no oásis o teve que fazer.

Sem comentários: