segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Judiciosa escolha de palavras

Tal como Sócrates não afirmou preto no branco que tinha executado o que assinou das “obras primas” lá de cima, também agora Durão Barroso, a propósito do Casino do Estoril-Sol veio dizer indirectamente:

“Leonor Ribeiro da Silva adiantou que o presidente da Comissão Europeia "pode apenas dizer que não tem, nem nunca teve conhecimento de alguma decisão de algum membro do seu Governo que tivesse favorecido ilegitimamente qualquer empresa privada".

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/empresas/pt/desarrollo/1090998.html

Que linda frase, tão redonda. Reparem como esta frase poderia ser dita a propósito do Casino de Lisboa, como de um licenciamento de uma fábrica de alfinetes em Bragança, como … etc. É claro que o ex-PM não vai reconhecer que cometeu o quer que seja de ilegítimo. Proponho, que nos esclareça sobre os factos CONCRETOS e nos deixe a nós a tarefa de avaliar a sua (i)legitimidade.

A questão de haver ou não reversibilidade para o Estado do edifício do Casino no final da concessão é basicamente arbitrária. O que não é de todo arbitrário é qual a contrapartida num caso ou noutro. Por isso as questões que se colocam são: 1) é verdade que o governo de Barroso assumiu o compromisso verbal da não reversibilidade? 2) Qual foi o aumento da contrapartida da Estoril Sol, em troca da não reversibilidade?

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