sábado, 3 de novembro de 2007

Faltar às aulas

Este governo de bem intencionados (o que é que isto tem a ver com o Inferno?) quer dar uma mão caridosa aos jovens em risco de chumbar por faltas injustificadas. O que impressiona neste tipo de intervenção é a cegueira perante algo que até já está tipificado na literatura da ciência política.
Quando se criam ajudas para certo tipo de comportamento desviante, acaba-se SEMPRE por incentivar esse mesmo comportamento desviante.
Logo, a consequência principal da medida (felizmente abortada) não seria uma segunda oportunidade com resultados práticos. Em que mundo é que vivem os governantes que imaginam que uma parte significativa dos que faltam são génios que não precisam de ir à aulas para saber a matéria? Não percebem que é por não estarem minimamente capazes de seguir a matéria que faltam? Interessa alguma coisa estar a dar uma 2ª oportunidade, com um brutal dispêndio de recursos, e depois 90% do alunos chumbarem na mesma?
A principal consequência seria o aumento das faltas injustificadas. Como em Portugal há um enorme défice de auto-disciplina, a melhor medida é adiar esta aprendizagem para quando eles começarem a trabalhar, e a ser rapidamente despedidos devido a problemas básicos de disciplina.
Este é também um exemplo em que uma pseudo-ajuda vai ter as piores consequências.
Uma educação sem disciplina é desestrurante.

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