quinta-feira, 5 de julho de 2007

Na pior tradição francesa

Ao estilo do pior intervencionismo francês, Sarkozy quer pôr em causa a independência do BCE. Sarkozy não aprendeu a lição de porque é que nos últimos anos "pegou" a moda da independência dos bancos centrais, nem quer ver os bons resultados de baixa inflação que daí resultaram. Mas um banco central independente é a melhor defesa contra políticos demagogos, como o senhor Sarkozy. Julga ele que o desemprego francês está muito relacionado com elevadas taxas de juro (ainda há pouco eram de 2%!) e nada relacionado com um dos mais disparatadamente altos salários mínimos. Realmente, um salário mínimo elevado não deve afectar em nada a probabilidade de encontrar emprego nos jovens sem experiência e nos trabalhadores pouco qualificados.

É claro que mexer nas taxas de juro é muito atraente. Em primeiro lugar é facílimo, basta mudar um número. Depois, politicamente é baratíssimo. Finalmente, aparenta ser um substituto em lidar com os problemas que existem e são muitíssimo mais difíceis de resolver e politicamente muito mais caros.
Donde também se percebe porque é que no passado os políticos recorreram tanto às baixas taxas de juro, sem outro resultado que não fosse a inflação elevada e daí que se tenha passado para a independência dos bancos centrais.

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